quarta-feira, 16 de março de 2011

Enquanto eu estava lá

E lá se foi o tão tranquilo, calmo e sereno sono. Quem me dera ter continuado a dormir e ter continuado entregue ao sonho que calmamente, gentilmente me conduzia a um paraíso tranquilo, confortante, silencioso, solitário, mas acolhedor e envolvente.
Acordei e voltei para isso que tanto quero que seja como o sonho que sonhava. Despertei sozinha esfregando os olhos, sonolenta e lenta, forcei-me a sair da cama para beijar minha realidade, achei que valeria a pena o esforço de levantar da minha preguiça, achei que seria tão bem vinda que a felicidade compensaria a preguiça, esperei por ser querida e amada como no sonho. Engano, a realidade me chacolhou despertando-me finalmente.
Volto para a cama frustrada, sozinha. Pela segunda vez nessa noite me deito sozinha numa cama com tanto espaço, tão fria. Ouço apenas o som da sua respiração na sala ao lado. Olho pro céu, essa noite é sem estrelas, sem luar, só nuvens e garoa. A noite se parece com a noite que caiu dentro de mim, fria, solitária, escura, só o ensurdecedor som dos uivos caninos me embalam o sono. A noite é tão fria que não há nenhum canto a jubilar, nem o dos grilos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário