ontem passava chorando por uma praça quando me chamaram de gatinha. olhei pra trás e na raiva chinguei... chinguei por raiva dos homens serem assim, tão porcos de saírem por aí cobiçando qualquer mulher como animais caçando uma presa... o cara se assustou com minha raiva, viu as lágrimas no meu rosto, pediu desculpas e ficou na dele. eu me sentei do outro lado da praça, acendi um cigarro. as lágrimas corriam em meu rosto por aquele animal velho e tosco. eu fumava aquele cigarro tragando dele toda a calma e o alívio que só um fumante em fúria reconhece... buscando nele as respostas de como eu posso permitir tanta dor a mim mesma, tantas vezes já não serviram pra me convencer que estou perdendo meu tempo?
o cara veio, sentou-se perto e perguntou porque eu estava chorando. desesperada e inconsolável falei o que se passava. ele ouviu e riu. disse que eu, como tantas outras era uma burra por permitir um tratamento desses vindo de um homem. tentou pegar na minha mão dizendo que eu merecia um cara que me levasse pro litoral nos finais de semana, me levasse na casa da mãe pra almoçar nos domingos... blábláblá... a velha historinha pra boi dormir e mulher burra tirar a calcinha...
em seguida veio sua mulher trazendo pro macho uma garrafa cheia de cerveja na mão e louca de ciúmes. perguntou quem eu era, o que fazia ali, se eu conhecia o marido dela... eu falei a real, ainda com as lágrimas no rosto expliquei a minha situação com o animal pelo qual eu sofria. o cara foi buscar outra garrafa enquanto isso eu e a garota conversamos... falei o que o animal dela tinha me falado sobre um namorado que me levasse pro litoral (obviamente na intenção de se auto-promover o namorado perfeito e me levar pra casa) e ela riu, disse que ele nunca em 3 anos fez aquilo com ela. percebi o óbvio, mulher é bicho muito topeira!! até eu ri depois dessa, quis sair fora dali com ela e deixar o animal dela pra lá, mas ela não quis. quando perguntei porque ela contou dos seus 2 filhos com ele. disse que a família dela a abandonou por causa dele e ela não larga dele por não ter outro lugar pra correr. quando falei do meu Davi, ela me entendeu... conversamos muito até eu me convencer a levantar a cabeça e sorrir. percebi que eu ainda tenho condições de sair dessa, é agora ou nunca, é agora ou assino meu atestado de burrice.
o animal dela chegou com a cerveja no final, mal deu pra encher o copo dela... esse é o animal que querendo pegar na minha mão e me olhando com cara de babão dizia que eu merecia um cara que leve a garota pra praia nos finais de semana... talvez eu, desconhecida e "gatinha" mereça isso dele, mas a mulher dele, a guerreira que aguenta o bafo de bêbado dele, lava as roupas sujas dele, atura as grosserias e peidos na cama, essa não merece um final de semana decente.
depois disso fui-me embora da companhia do casal 20. senti pena dela, por ela e pelos filhos. por ele senti o mesmo ódio que sinto pelo animal que me faz sofrer. homens são todos iguais. são ótimos em promessas, principalmente quando a carne é nova, mas é só brigar, deixar no bar com umas meninas bonitas e umas doses na cabeça que daí a gente vê o que o animal realmente é...
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