quinta-feira, 28 de outubro de 2010

memórias de um elefante de plástico

um dia estava mexendo na bagunça do meu depósito
achei retratos familiares, lembrei da infância, do colégio,
cenas que não mais lembrava, suspiros que um dia suspirei,
livros que li e sonhei escrever, coisas chatas e boas e que passei,
lembranças que lembro guardar mas que não sei onde achar

um filme todo se passa pela minha cabeça,
lembro tanto, um tanto tão pouco
sinto aquela sensação de ter perdido algo,
mas o que é eu não lembro

só percebi que passou o tempo quando contei os anos
os dias vão e vêm para trazer e levar as lembranças,
há coisas que ficam gravadas e intactas
e quando abrimos aquela velha porta
vemos o que o tempo nos preserva
preserva pra resolvermos quando estivermos preparados

tem coisas que o tempo leva
que o tempo quebra, cobre de poeira, oxida
se a manutenção não é bem feita, estraga
e tem coisas que não há o que fazer, por isso desaparecem

seja o que for, deixarei essas peças de museu intactas
um dia há de ter valor pra alguém
talvez pra mim mesma

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